Hélder Macedo Bücher

This fourth volume in the Dedalus European Fantasy series offers a rich feast of bewitched houses, roads that lead nowhere, hanged men who descend from the scaffold in order to help the living, churches buried beneath the sea, and cannibalism. In addition to the well-known masters Eca de Queiroz and Mario de SaCarneiro, contributors include Jose Rodrigues Migueis, Domingo Monteiro, Failho de Almeida, Jose Regio, David Mourao-Ferreira, Alvaro do Carvalhal, Ferreira de Castro, and Almada Negreiros, most appearing for the first time in English translation.

Přesto, že nepostrádá napětí, není tento román thriller. Není ani románem o velké lásce, jak by mohl napovídat titul (převzatý z posledního verše sonetu Luíse de Camões), povzdech pastýře Jákoba, který doufal, že službou u Labana získá krásnou Rachel. Příběhy nenaplněných lásek a nedožitých životů přízračných postav poukazují na sepětí mezi láskou a smrtí, a souzní tedy s básníky manýrismu a vědomím toho, že „na život není léku“. Román založený na technice paradoxu, v němž nic není, jak vypadá, zkoumá možnosti a hranice prózy. Pod maskami se v knize skrývá, prosycena humorem, ironií a sebeironií, výpověď zralého autora, jehož fantazie nezapře někdejší vztah k surrealismu, a který se prostřednictvím psaní „snaží pochopit, co nechápe“.

O novo romance de Helder Macedo é uma história de uma simplicidade subtilmente inovadora, em que a transbordante vivacidade das personagens escapa mesmo ao omnisciente narrador, para fazer dele outra personagem, rendido, seduzido e destronado. É um livro que se lê pelo mais puro prazer da leitura, perturbante na perversidade dos seus "desvios" e das suas ironias, inquietante pela latência de fundos núcleos fantasmáticos. Um livro que conta a história de um país, cada personagem encarnando paradigmaticamente uma pulsação dessa vida colectiva - o Portugal do último meio século, dividido entre África e a Europa, revisitado na mobilidade cinematográfica dos seus tempos, ambientes e caracteres. Pedro e Paula, os gémeos de ressonâncias míticas, transfiguram-se assim em metáfora do seu tempo, na sua identidade como no seu antagonismo, frutos distintos de um mesmo ventre.